O projeto rendeu uma exposição em 2008 (que esteve em cartaz no Rio de Janeiro e Porto Alegre, e agora encerra seu circuito em Salvador) e um livro homônimo premiado nacionalmente. A mostra na capital baiana reúne 25 fotos (77 cm x 1,03 m) e ganha um caráter multimídia com exibição de imagens e projeção de sons em dois monitores de alta definição.
O primeiro traz cerca de cem fotografias do Batuque, Umbanda e festas populares no Rio Grande do Sul. As músicas foram captadas em festejos de batuque, rezados por Pai Antônio Carlos de Xangô (o maior alabê gaúcho vivo) e por Pai Jr de Xangô, representante da nova geração de sacerdotes. Já a segunda tela exibe 30 fotos sobre Exus, com músicas por Pai Neco de Oxalá e Pai Jr de Xangô.
Com esse conjunto de imagens, a autora Mirian Fichtner destaca a pujança e a beleza de rituais e festas, assim como os seus principais personagens e as várias vertentes das manifestações de fé: o batuque, a umbanda e a linha cruzada. Com a proposta de traduzir visualmente um dos mais emblemáticos fundamentos dessas religiões, a união do belo e do sagrado, Mirian mergulhou nessa realidade e testemunhou rituais nunca antes registrados por uma câmera fotográfica.
#Revelações e diálogos
Em Cavalo de Santo, a autora revela a singularidade, a força e a dimensão social e humana de práticas populares quase invisíveis no estado, trazendo para o centro da cena a cultura das religiões de matriz africana em terras gaúchas. Um estado que, nas pesquisas sobre religião realizadas pelo Censo de 2010 e divulgadas no início de julho de 2012, reafirma sua maior proporção nacional de adeptos assumidos da umbanda e do candomblé. Estão no Rio Grande do Sul, as 14 cidades com mais seguidores dessas religiões. Itaparica, na Bahia, aparece em 15° lugar.
“Era muito importante trazer esta exposição para a Bahia, terra-mãe das religiões de matriz africana, e uma honra apresentar ao público baiano um lado desconhecido do Rio Grande do Sul. Esperamos abrir um diálogo entre duas terras de fronteiras distantes, mas que, através do Cavalo de Santo, podem verificar aproximações, e também diferenças. Um encontro das águas. Enfim, é um espelhamento que celebra a força das religiões afro-brasileiras”, comemora a fotógrafa.
A abertura da exposição vai contar com a presença de sacerdotes gaúchos, que, como comenta Mirian, “estão entusiasmados para conhecer a Bahia e mostrar a cultura do Batuque do Rio Grande do Sul”. Na mostra em Salvador, a fotógrafa, pela primeira vez, coloca à venda as imagens expostas e uma série de pôsteres, com parte da renda revertida para os terreiros gaúchos. Na capital baiana, a Mirian também realiza o lançamento do livro homônimo à exposição, que ganhou no ano passado o II Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro Brasileiras, concedido pelo Cadon/MinC/Petrobras.
#Trajetória
Gaúcha radicada no Rio de Janeiro, Mirian Fichtner nasceu em Porto Alegre, formou-se em jornalismo pela PUCRS e trabalhou nos principais jornais brasileiros como jornal Zero Hora, O Globo, O Dia, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo, e para as revistas Veja, Exame, Época e Istoé. Já conquistou oito prêmios nacionais e internacionais, é co-autora de vários livros de fotografia e realizou exposições em importantes espaços no Brasil e no exterior. Além de Cavalo de Santo, é autora do livro A vida que corre dentro dos ônibus, de 2011. Em 2006, criou a Pluft Fotografias que atua na área editorial e corporativa com o foco em relatórios anuais, livros e projetos de comunicação empresarial.
#Serviço
Exposição: Cavalo de Santo – Religiões Afro-Gaúchas
Fotógrafa: Mirian Fichtner
Local: Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Rua do Tesouro, s/nº. Centro Histórico. Telefone: 71. 3321-6722 / 3321-0859)
Abertura: 19 de julho (para convidados)
Visitação: de 20 de julho a 19 de agosto (terça a sexta, das 10h às 17h; sábados e domingo, das 14h às 17h)
Ingresso: entrada franca
Site: www.mirianfichtner.com.br.
Fotos: Crédito: Mirian Fichtner
Fonte: Joceval Santana - Assessor de Imprensa
Nenhum comentário:
Postar um comentário